segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Fonte

A paisagem externa é, muitas vezes, bela, mas só nos conta das coisas mutáveis e passageiras, como a renovação das estações ou o levantar e por do sol.

Só do íntimo pode brotar o ensinamento maior, a poesia mais terna, o amor real e inalterável. A verdade interior expande sua grandeza sem fronteiras, sem limites. Portanto não a mascares, não a confundas, nunca a desprezes.

Entre todos os caminhos da verdade escolhe o teu, com convicção e sabedoria, escolhe; desde que ele já esteja definido e te agrade plenamente. Tua verdade deve ser total, sem manchas, sem deslizes. Trabalhe então por ela, serenamente, confiadamente e, deixa que tudo o mais se construa, dia-a-dia, sob o comando do ritmo que te faz participante do todo – porque tudo rege.

Entre os conceitos de realização e paz, prefere o teu e o protege; faça-o mais vivo que todas as vivências projetadas na tela, ou escritas no papel; torna-o mais importante do que as teses debatidas em congressos.

Sonha com o amanhã sempre mais claro e trabalha para isto; a cada experiência interior, usa a força nova que te é dada gratuitamente, generosamente. Leva, com paciência a cada um, uma pétala de tua flor radiosamente aberta. Sob a luz do infinito deixa que todos sejam companheiros na estrada de tuas descobertas.

Como em lago profundo e transparente, as palavras vão ganhando, devagar, a superfície e, soltas alinham-se para purificar-te e defender-te nas dúvidas. Como fonte jorrante parecerá inesgotável tua sabedoria nascente, e a beleza coroará este despretensioso despontar de imponderável amplitude.

Tua verdade interior pode ser teu lema e, junto dele construirás um mundo acessível a todos, atraente e real, porque sólido em suas bases, porque capaz de suportar os bons e maus tempos.

Mas, lembra-te, tua verdade só te poderá ser agradável quando for boa e melhorar teu mundo e dos que contigo convivem.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Vida Integral

É preciso que se vigie o tempo e a distância: o espaço, o silêncio, as horas de bonança. Para se captar no céu todo estrelado, a mensagem primeira do amor já revelado. É preciso que se prepare e se espere, a cada dia e a cada hora. A vivência marcada faz comunicação do Eu com o Infinito, do particular com a amplidão.

O tempo é então de luz e as flores se abrem sob manso vento, como crianças que se amassem. Como melodia que vibra, o infinito é o passado e o presente e, todo o ser o sente. Longas foram as tardes de comunhão interior. Onde as vivências nascem e se fazem responsáveis pela criação do amor.

Agora, as vésperas do encontro, plantamos rosas no berço da chegada e tudo será luz na noite assinalada. Em cada porto, uma porta convida-nos ao âmago mais sutil – misto de festa e realização. Como se meditar, assim, fosse redimir o Ser em efusão.

Antes da noite, o dia. Alegria e amor; depois a dor. Antes de mim, você; depois o mar e esse jogo de amar. Antes da fome, o homem, depois o sal, a terra; luta e guerra. Antes da lua, o sol; depois estrelas, e esse medo de retê-las. Antes do nada, o infinito, no qual medito. – Estava escrito. E encontro o mar, o amor, a estrela, o sal: a Vida Integral.

* ABRINDO O BAÚ *

Fim de ano, chuva, é hora de se revirar velhos papéis, cartas, cartões e ter, como aconteceu hoje, grandes surpresas.

Adelaide Bouchardet Davis - Encontrei uma carta de Adelaide, de 1993, onde ela relembrava como lia sempre meus artigos no Estado de Minas, e depois, conheceu-me na piscina do Minas Tênis Clube através de Palhano Júnior. Pouco depois, ela, que era professora de Administração de Recursos Humanos da UFMG, conheceu e casou-se com o Dr. Jaime Davis professor da Higher Education da Universidade de Denver e foram morar nos EUA. Lá, ela consultava a biblioteca da Universidade fazendo pesquisas para defender uma tese de mestrado. Foi nessa Penrose Library, entre vários livros de autores brasileiros, que encontrou o meu primeiro livro sob o título “Luz sobre o Mar”, capa da artista Sara Ávila e apresentação de Júnia Marize Azeredo (ex-política). Adelaide identificou-se muito com a forma literária que dei ao texto e escreveu-me contando o fato. Como a carta é de 1993 eu já nem me lembrava disso e foi uma alegria grande que suas palavras amigas me deram, descobrir nos EUA o que havia escrito. Depois deste, escrevi mais 5 livros, não sei se também estão no Exterior.

Do Rio de Janeiro – Havia uma simpática carta de D. Helena Rist, de 1983 – ela era dirigente do Grupo de Sufismo do Rio, agradecia o meu livro “Caminhos de Luz” e me garantia que eu era uma Sufi (praticante do sufismo), mesmo sem eu o saber.

Médico – Outra carta antiga me falava sobre meus artigos publicados em jornais mineiros. Era a do Dr. José Marcos de Oliveira Rezende, cardiologista em Varginha, dizendo-me que gostaria de ter o meu livro “Caminhos de Luz” (em 1988). A gente vai vendo que se o presente nos traz algumas dificuldades hoje, foram grandes alegrias que tive no passado compartilhadas com outros amigos e leitores inclusive os que estiveram na Índia. Assim vamos caminhando, agora na Internet, com novos e diretos amigos on-line; em Portugal, Santa Catarina, Brasília, São Paulo e, naturalmente, BH.

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CONTATOS

POESIA E PROSA – Recentemente os poetas Ferreira Gullar e Laurentino Gomes ganharam os primeiros lugares na 53ª. Edição do Prêmio JABUTI; Gullar foi laureado como melhor livro de ficção “Em Alguma parte Alguma” (José Olímpio) e Laurentino com o livro de não ficção; “1822” (Ed. Nova Fronteira). Nas demais categorias foram premiados 29 escritores.

POEMAS PARA SONHAR – Também há dias, foi lançado o livro “Caminhando”; são poemas de Fabrício Augusto de Oliveira, professor, economista e autor de vários outros livros. Informações: tel.: (31) 3342-1922. O livro de poemas celebra a vida e anima a todos a prosseguirem na caminhada terrena.

POIS É – Os poetas estão pipocando por aí; imaginem se a mídia abrisse espaço para os poemas? Muita gaveta ia ficar vazia.

RENOVANDO BH – Belo Horizonte está tombando e renovando alguns de seus lendários prédios, entre as lendas está o edifício Tupis que – firme até hoje – ganhou, desde a década de 40, o “simpático” apelido de “Balança mas não cai”; ganhou até filme. Ele foi também sede (por pouco tempo) da conhecida Rádio Itatiaia. Lá, tivemos o prazer de conhecer o saudoso e competente Januário Carneiro, quando – com o susto de meu pai – íamos entregar ali os artigos que por alguns anos escrevemos para o programa matinal da Itatiaia. Januário foi também (por pequeno período) dono do jornal “Diário de Minas”, onde lá trabalhávamos. Bons e queridos tempos... E o “Balança” está lá, forte e firme, como a Itatiaia há muitos anos, hoje no Bonfim.

NOTÍCIAS

GLORIOSA EXISTÊNCIA – Dia 06 de dezembro, li o artigo de José Bento Teixeira de Salles, onde comenta a importância da Praça de Esportes do Minas Tênis Clube que este ano comemorou seu 76º. aniversário. Falando sobre a inauguração da piscina que espantou um pouco a “tradicional família mineira” – fazendo até horário especial feminino. Mas, a natação, entretanto, foi justamente uma das grandes glórias do clube. E ele não contou porém que sua esposa, Isabel Amaral (Belzinha) foi uma destacada campeã de natação minastenista. Ganhou várias medalhas; como também sua irmã Lenita.

MINAS E ITATIAIA – A revista mensal, Minas Tênis Clube, de novembro deu início à sua publicação como uma grande e interessante entrevista com o radialista Emanuel Soares Carneiro, atual presidente da Rádio Itatiaia, (sucedendo seu irmão Januário). Ele é também presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (aliás eu sou ouvinte de carteirinha da rádio; carteirinha mesmo, com retrato e assinatura do Januário). Emanuel conta ainda como foi sua vida na Itatiaia, onde passou por todos os postos, desde os 13 anos de idade sob a direção de seu irmão e fundador da emissora. Foi de plantão e repórter esportivo à diretor e tudo mais na emissora. Ainda hoje comanda também o setor esportivo da rádio. Ele falou ainda de sua profunda ligação e admiração pelo Minas Tênis Clube, primeira praça de esporte importante em MG.

PARA MEMÓRIA – A terapeuta holística Talita Mary, tem feito palestras e atendimentos, visando um trabalho de estimulação cerebral (cognitiva). O tratamento beneficia as pessoas com transtorno de atenção, falta de memória e outros distúrbios. Informações: Tel (31) 3653-6598 e 8553-3633.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ponto de Contato

Agora estamos no tempo certo de reassumir os contatos com a corrente da beleza e transmitir a todos sua força, sua ousadia em afirmar-se em tempo adverso.

Partilhamos a réstia de luz que nos foi dada como dádiva maior e capaz de frutificar nas horas violentas que os adormecidos criaram e na qual se debatem, sem encontrarem o caminho da libertação.

As fontes do amor estão fluindo, como nunca, e é fácil tocá-las quando a preparação foi feita, quando os horizontes se abriram e o silêncio criou as revelações. Este nosso momento é de interligação, para que ninguém se omita por falta de chamado, para que os desvios indesejáveis sejam, prontamente, fechados.

Na hora das estrelas, o reconhecimento será feito e é preciso que todos estejam presentes com uma oferenda de amor; é preciso que as reconciliações se plantem em terreno fecundo, para que, amorosamente a paz se estabeleça.

Vamos despertar de nossas individualidades restritas para a grande aurora da unidade e, então, todos os caminhos levarão ao reino verdadeiro.

Os reservatórios da matéria, da energia vital e até dos pensamentos são vasos comuns a abastecerem-se na mesma fonte de recuperação, de preparação e encontro final. E, quanto mais cedo o lótus se abrir à beira da estrada, mais rápida será a ascensão para os campos da realidade inalterável. A luz dourada é o marco.

Deixemos que adormeçam as noites do medo, dos apelos, das reivindicações, para que mais leve se torne o balão em busca do espaço. Não nos podemos prender às palavras, aos gestos, às cópias de atitudes que partiram do nada e ao nada voltarão.

É hora de solidificar-se em rosas para aprender o colorido do tempo. É hora de se ligarem as chaves que acionam os movimentos da libertação interior, para que o mundo se ilumine e os homens se reconheçam irmãos.

Mas a harmonia incomoda os inquietos, a paz irrita os envolvidos no caos e, só através do discernimento das verdades, chega-se à fonte.

De etapa em etapa vai-se reconhecendo o caminho mas, só a própria experiência do amor, de grau em grau, pode conferir validade ao aprimoramento individual.

Sim, estamos no tempo certo de estabelecer contatos com a corrente original da beleza e, cada um, tem sua forma própria de expressão e crescimento que será sempre seu guia mais certo.

O rubi, hoje é a pedra do caminho, mas a rosa branca também virá.

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CONTATOS

ARPOADOR - Li o artigo desta semana da jornalista Marina Colassanti sobre “A Convenção do Clima em Durban”. Ela falou da praia do Arpoador, na década de 50, ou antes, e como era “doce e fina” sua areia branca. Isso levou-me também para lá, quando apaixonada pelo mar, passava minhas férias do colégio na casa de uma querida tia, na Rua Sá Ferreira, e ia sempre com os vários primos para o Arpoador. O sol dourado não fazia mal e a areia era justamente macia e o mar frio. Bons tempos, sem dúvida; lembranças de uma prima e xará, Célia Braga, que se foi muito cedo...

WILSON FIGUEIREDO – O livro “E a Vida Continua” – a trajetória profissional de Wilson Figueiredo – foi lançado no dia 01/12/11 na livraria Argumento, Rua Dias Ferreira, 417, Leblon. Informações: tel.: (21) 2511.4921 ou www.thesieventos.com.br ou wilson@figueiredo.com

ANALISTAS – O Instituto C.G. Jung – MG, único em Minas, reconhecido internacionalmente, vai abrir em março, o curso “Formação de Analistas” dirigido a bacharéis e graduados em psicologia e medicina. Informações e inscrições: tel.: (31) 3286-1105, ou institutojung@gmail.com . A Coordenação é do Dr. Carlos Alberto Correa Sales (reservas são sem compromisso). No mesmo local haverá dia 12/12/11 o Seminário “Cultos Afro-brasileiros: A busca de uma teologia pluralista; será as 20h, na Associação Médica, avenida João Pinheiro, BH-MG.

APOSENTADOS – Tem muita gente comemorando como as pessoas estão passando dos 90 anos ou até dos 100. Mas o INSS já está dando um jeito nesse exagero; mata pensionistas e aposentados idosos com miseráveis proventos, injustos e bárbaros. Quem se aposentou com 10 salários mínimos ou mais hoje mal recebe 2 ou 1,5. Isso não dá para comida e muito menos para os remédios comuns nessa época. “Vale-nos Deputado Pains”. O limite de vida sem dúvida vai baixar breve e o INSS vai desviar mais seus recursos para afilhados. Isto é o jeitinho brasileiro dizem os sabidos parentes dos políticos e graúdos.

domingo, 4 de dezembro de 2011

O real em nós

É próprio do ser humano deixar-se fascinar pelo que é misterioso, diferente, complicado, estranho, etc. Entretanto, o essencial é sempre o simples e claro, fecundo e ao alcance de todos.

A religião mais verdadeira e real é a forma de vida de cada um, todo o resto é acréscimo. Fazer a vontade do Pai, é antes de mais nada, viver de maneira correta, fraternal, ativa e elevada que se possa.

Ninguém é perfeito ainda; porém, cada dia nos mostra concretamente, o que pode ser trabalhado e transformado para o aprimoramento do ser real. A convivência é grande mestra, como o é também a solidão.

A vida de todos é rica de oportunidades diversas para irmos, na prática, crescendo e evoluindo em direção a luz; ou nos confundindo e embaraçando nas sombras autocriadas. Os teimosos dizem “não acredito nisto...” e vão sofrendo as conseqüências pela vida afora.

Os rituais, as técnicas, os cursos e livros, as conferências e os grupos são impulsos, são ajudas. Porém, o caminho real para Deus é o viver diário, o trabalho interno e externo, de cada hora.

O desapego, a disciplina, o serviço, a invocação da luz e o relacionamento correto são mais valiosos do que qualquer ritual, grupo, método ou reunião. Se não melhorarmos nossa forma de ser, junto a todos, em casa, no trabalho, na sociedade e nos grupos muito pouco estará expandindo a nossa consciência. Muito pouco estaremos evoluindo na meta principal.

Longe da fonte divina, estaremos nos densos embaraços humanos. E o que não corrigimos hoje, terá que ser corrigido amanhã, em condições às vezes mais difíceis ou demoradas.

A vida sempre nos sacode quando caímos em inércia ou erro, quando não fazemos o que nos compete como alma, não apenas como personalidade. Nesse plano material estamos todos em missão de trabalho e, o trabalho bem feito é libertador; enquanto que o negligenciado ou fraudado nos deixa em insatisfação e em débito com a vida cósmica.

Essa é uma lei que se não for corretamente conhecida e observada, traz os mais diversos prolongados e desgastantes sofrimentos. Todos eles contornáveis e dissolvíveis pela lei do amor e do perdão. Nossas energias se transmutam, se misturam e acionam sempre as leis universais através dos atos mais banais de nossas vidas; nosso pensamento e nossa ação.

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CONTATOS

PROIBIÇÕES – Li no artigo do jornalista (ex-colega) Alcione Araújo que remédios antigamente, infantis e muito usados, são hoje condenados. “O tempora o mores – dois deles uso-os até hoje; o Biotônico Fontoura (ferro e fósforo) e nunca me deixou chegada ao álcool; o outro o Hipoglós, quando o sol está quente costumo usá-lo quando vou à piscina. Ele proteje-me o rosto melhor que bloqueadores modernos e caros. São apenas produtos mais baratos, dificilmente encontrados, porque o interesse moderno é empurrar tudo o que é mais caro.

ENTRE OS MAIS VENDIDOS – O livro “A Cabana” atualmente encontrado até em bancas de jornal, é um livro bem curioso, que pode até mudar o estado interior das pessoas mais sensíveis. Experimentem. Seu autor é William P. Young, Editora Arqueiro.

DÉLIO ROCHA – O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais programou para o dia 07 de dezembro uma festividade quando serão entregues o 5º. Prêmio “Délio Rocha de Jornalismo”. O acontecimento será a partir de 19:30 h, na Academia Mineira de Letras, à Rua da Bahia, 466, Lourdes, BH. Será pedido o convite e identificação na entrada do evento. Délio Rocha foi embora, lamentavelmente cedo; foi nosso colega quando ainda havia o jornal “Diário de Minas”.

HOMENAGEM – Semana passada, o escritor e jornalista Fernando Sabino, autor de artigos e de mais de 10 livros, foi homenageado em Sete Lagoas no evento “Literata 2”, merecidamente, ainda que sua obra mais conhecida tenha sido o romance “Encontro Marcado” usado até em teatro, Fernando sobressaiu também em outras áreas. Ele foi um exímio baterista e nos tivemos o prazer de conhecê-lo pessoalmente, quando era campeão de natação no Minas Tênis Clube, onde também nós fazíamos parte do grupo dirigido pelo famoso treinador Carlos de Campos Sobrinho. Sabino era da turma adulta e nós da juvenil, mas todos amigos.