quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nosso Canal




        A Vida é sempre uma corrente que flui, nunca um lago ou um poço limitado, ensinam os iogues orientais. De cada um de nós dependerá a qualidade e intensidade da energia que nos anima, ou a luz que refletimos.
        Se o canal é limpo e cristalino a corrente fluirá na sua forma mais perfeita. Entretanto, o homem operando os seus instrumentos mente-corpo, geralmente interfere, mancha, põe barreiras, cria obstáculos ao fluir constante e equilibrado da vibração luminosa. As correntes mentais, vitais, emocionais e nervosas são, a cada dia, o condicionamento para estados negativos e impróprios que podem impedir o construir e o expandir-se.
        Manter continuamente livre, o acesso à luz e à paz é tarefa para gigantes do espírito; mas é acessível a todo aquele que se dispõe a conquistar a própria natureza, o mundo sensorial e suas implicações materiais ou anti-naturais.
        É da natureza da energia fluir para o homem o equilíbrio, a comunhão, o conhecimento da unidade e o trabalho inegoísta. Mas é da natureza da mente humana o apego a paixões, às cobiças e competições pela posse de bens materiais. Tudo isso perturba o equilíbrio perfeito e original do ser humano e aciona a lei do sofrimento para recompor, corrigir e restabelecer a harmonia inicial da semente do espírito.
        Estamos num trabalho comum de ascensão e todo aquele que, por ignorância ou incapacidade, não quer cooperar no aperfeiçoamento próprio e coletivo, é violentamente sacudido pelas leis da criação, por diversas e quase sempre dolorosas formas de compensação, para que se refaça o equilíbrio e se prossiga na ascensão.
        Só quando nos abrimos ao luminoso fluxo do espírito e cooperamos na sua irradiação pelo mundo, começamos a tocar a estrada da paz, e para essa abertura, precisamos de auto-conhecimento.
        Tudo aquilo que limita a mente humana e sua capacidade de investigação e análise superiores, pode ser quando muito uma parcela da Verdade; um de seus aspectos, não a Verdade plena. Tudo que rotula, restringe ou dogmatiza, diminui o infinito no homem, cerceia, condiciona e tolhe sua capacidade de desdobramento constante. Tudo que impõe regras limita o campo.
        O sol irradia, em todas as direções, o mesmo brilho e luz. Também a mente cósmica na sua interpenetração no homem, deixa nele o germe de grandeza sem fronteiras, de possibilidades insuspeitadas. O homem, em sua maioria, não atingiu ainda as mais plenas possibilidades de seu cérebro de modo que ele não pode deixar de compreender que está apenas iniciando uma caminhada para uma complementação divina e eterna. É conhecendo-se e se transformando que o homem se abre para sua realidade. Pois ele já é um átomo perfeito mas ainda não tem consciência disso, portanto, não pode usufruir do estado luminoso que habita o seu interior.
        A humanidade passa agora, por um ponto importante da jornada, pois começa a despertar em muitos a consciência do divino, a sensibilidade além da matéria, o pressentir do eterno, a atração quase inconsciente pelo mais puro e perfeito. O homem vislumbra hoje a possibilidade de comungar e se unir com o Deus único onipresente que tudo criou sobre o plano terrestre. E a melhor maneira de trabalharmos nesse caminho é usarmos diariamente um tempo determinado para a meditação no Deus que nos criou.

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