quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A vida psíquica



A humanidade evolui lentamente. Quando ela tiver mais ampla a consciência científica e espiritual vai compreender uma verdade simples que hoje anda encoberta.
            Se é bom “colocarmos para fora”, individualmente, o que nos angustia, oprime, irrita, o que nos sufoca, aflige ou assusta, etc, é péssimo jogar toda essa negatividade, esse lodo, sobre a coletividade. Poluir mentes alheias, sujar espaços mentais é próprio dos cegos de espírito.
            Assim como é no plano físico é também no plano mental. Ninguém pensaria em lançar sobre os outros os detritos, os esgotos, os resíduos de suas casas – ainda que seja saudável e desejável que se jogue tudo fora, nos locais adequados. Ninguém, sobretudo, gostaria de receber o lixo alheio.
            Pois é exatamente isto que fazem muitos escritores, teatrólogos, cineastas, novelistas, poetas, pintores, etc., quando esvaziam sua mente sobre um público manobrado para aplaudir e endeusar nomes, sem analisar conteúdos. Deformações, agressividade, inversão de valores, comportamentos doentios são “passados” ao público escravo de rótulos, de conceitos ditos modernos, de assinaturas colocadas no pedestal da fama.
            Quanto criador há por aí capaz de manifestar o melhor, o mais belo do ser humano, de incentivar o que traz paz e harmonia à coletividade, que não se submete ao esquema do modelo fácil e do dinheiro mais fácil ainda, através do sujo, do tendencioso, do agressivo, do desagregador. Quem gostaria do lixo material ainda que dentro de artístico e famoso recipiente?
            É bom limpar a mente, mas nunca em cima dos outros, nem com rótulos de arte ou assinaturas cobiçadas. Muita gente ainda não se conscientizou disso, nem da responsabilidade que assume quem polui e quem se alimenta de poluição. Mas a ciência avança agora em clara direção da evolução: e evolução é – quer queiram ou não – purificação de vibrações. Purificação da mente, da palavra, dos gestos, do corpo. E ninguém se limpa alimentando-se e rolando sobre o que é grosseiro sujo e inadequado.
            Enquanto não se compreende isso, vive-se enredado na angústia e no sofrimento crescente; vive-se sem luz até perceber-se que não se podem quebrar as Leis maiores, sem um retorno de males interiores e constantes.

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Desejo a você leitor, muita paz, saúde e serenidade neste dia tão especial que é o NATAL, onde a esperança se renova a cada ano!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Centro de Luz

Se nós queremos fazer um caminho de aperfeiçoamento, em direção aos planos superiores e divinos, ou se nos julgamos religiosos ou místicos, devemos observar alguns pontos que caracterizam esse trabalho – trabalho que deveria ser a meta de todos, conscientemente.
         Evoluir, ou ser religioso – religado ao nosso núcleo de luz – é antes de mais nada, estar em constante transformação interna; dissolvendo sombras e imperfeições. Isto implica num processo dinâmico de harmonização e purificação das energias que nos chegam a cada dia.
         Nesse trabalho, não se deve estagnar em teorias, em conceitos ou tradições, por mais belos que eles sejam. Crescemos espiritualmente como uma criança; o que é bom para um bebê não é o melhor para o adulto. E seria desastroso permanecermos infantis durante toda a vida; como seria errado não respeitarmos os que estão ainda na infância do caminho.
         Buscar Deus de forma mais real é comunicar-se com Ele, a cada dia de forma disciplinada e rítmica. É buscá-Lo o mais possível dentro, e permitir que Ele se manifeste concretamente no exterior.
         É como o desabrochar de um botão que se vai abrindo, se as condições lhe são favoráveis. Nesse entreabrir é que se percebe que todos à nossa volta têm a mesma possibilidade de luz e de evolução.
         Buscar Deus é crer no próprio Cristo interno e no Cristo interno do outro, por mais encoberto que Ele esteja. Ele está ali.    
         Assim, vamos abstendo-nos de julgar o outro pela aparência transitória que apresentem e começamos a acreditar que em todos há o crescimento ou sua possibilidade.
         O Caminho e a Verdade só começam em nós quando damos início a um trabalho real, dinâmico e ritmado de contato com a Energia Superior em nosso íntimo. E esse contato só é possível quando estamos em harmonia com os nossos níveis de expressão humana e com o ambiente em que vivemos.
         Nada externo nos pode atingir se estamos centrados na Luz, e ninguém é culpado se não estamos fazendo o trabalho devido para nos ligarmos à Luz e irradiarmos luz. Só nos nossos núcleos de energia superior há vida plena, alegria e abundância. E somos os únicos culpados se não recorremos sempre a esse manancial de todo suprimento que nos seja necessário.
         As energias da vida passam por nós parecerem trabalhadas, irradiadas e transmutadas em nossos centros internos melhorando assim, as condições de vida não apenas pessoais, como,  coletivamente, de todo o Planeta e de toda a humanidade à qual estamos realmente unidos.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Desencontro de Gerações

Quase todo o caos e desespero humano, em que grande parte da humanidade está vivendo, muito do desencontro das gerações, é devido a um fato simples, mas não aceito o suficiente. O homem está querendo viver,  apenas, parte de sua vida, e a parte menos importante e mais falível, a matéria. Composto de corpo, mente e alma – três graus diferentes da vibração original – estamos, a cada hora, nos identificando apenas com o corpo, nossa mais grosseira forma de expressão.
Corpo e mente são nossos preciosos instrumentos de trabalho nos seus respectivos planos e não, nossa realidade maior. Respeitá-los e atendê-los é correto; ser escravos deles é absurdo. Estamos aqui para conhecermos quem somos, para penetrarmos nossa realidade e testarmos nossas potencialidades trilhando o caminho divino.
Mas, por ignorância, estacionamos nos planos da matéria, limitamo-nos dentro das leis físicas, ou, quando muito, fazemos incursões desajeitadas entre as leis psíquicas. Cientistas e psicólogos fazem “descobertas”, mas a grande maioria vive ainda a vida rudimentar do corpo físico e muita gente se orgulha até disso. Quem se atreve a conhecer mais é visionário.
Diz um texto Sufi que é ignorante o homem que conhece só o rés do chão de sua casa e que pensa que vai morrer quando subir ao primeiro andar e conhecer outro plano. Vida e morte são meros desdobramentos na escala cíclica do aprendizado e só o desconhecimento das leis que regem ambas, pode gerar o medo ou a negação da realidade.
O homem é apenas uma parcela da criação e o processo criador universal é um constante desdobramento de cada criatura. A vida, no nosso planeta é a soma total dos princípios aqui criados, diz um dos Mestres. Assim, as criaturas pensantes, sendo a forma mais elevada da criação na Terra, são as mais responsáveis pela forma de evolução aqui estabelecida.
Cada ser humano é uma célula viva na engrenagem do aperfeiçoamento deste mundo. E cada um que se omite ou promove o desequilíbrio da harmonia coletiva é diretamente responsável. Sem amor não há verdadeira criação e o amor mais perfeito é o amor universal. Portanto, deve-se amar o maior número possível de coisas e seres à nossa volta.  E, deve-se alegrar de se poder amar até aquilo que inicialmente, nos pareceu desagradável como tarefas, lugares, pessoas, etc. Isto é ensinamento dos Mestres, em especial do Cristo vivo.
Sem amor não se pode chegar à luz, e, sem luz, todos os caminhos nos levam à involução e às trevas. Através do amor a visão do homem toma novos ângulos de compreensão e ampliam-se seus contatos com sua realidade interna. O amor é curativo, pacificador e equilibrante, restaura e harmoniza; nele tudo se ilumina e tudo se explica. O amor aplaina todas as sendas, no seu plano a luta é mais mansa, o serviço mais leve, nele é maior a capacidade de agir, de ensinar, de desvendar e de vencer obstáculos.
O amor tudo cria e tudo transforma.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sentido Divino

Nada há mais profundo e harmonizante do que se situar, conscientemente, num trabalho de auto-aperfeiçoamento diário. Essa deveria ser a linha básica e comum do procedimento da humanidade se ela não tivesse perdido, entre brumas, há muito tempo, o sentido de sua divindade.  Pois é da natureza e da essência do homem germinar sua semente de luz e libertar-se.
Os caminhos são múltiplos.
Entretanto, quando se fala em autoconhecimento ou aperfeiçoamento, não se quer significar tomadas drásticas e radicais de posição que possam violentar o raciocínio ou o conceito correto da vida.
Ensinamento algum tem em vista tornar, de repente, toda a humanidade asceta (austera) e renunciante. A cada um vai sendo pedido na sua correta medida, na sua presente disponibilidade. É preciso pois que haja essa disponibilidade para  que se realize o modelo inicial de cada criatura.
O que a Verdade tem pretendido, há longo tempo, é um melhoramento gradativo e constante que se vai traduzindo no ambiente familiar, na sociedade, na profissão e em qualquer relacionamento humano.
O dia a dia pode ser um ativo renovar de idéias, uma permanente tomada de consciência do ser real, uma purificação da mente e da estrutura do trabalho. Pode ser um crescimento do amor no seu plano universal e humano.
O homem é o que pensa, transforma-se segundo o que pensa sempre, renova-se e liberta-se quando domina a mente e os sentidos. Mas o mundo anda por descaminhos tão desconcertantes que a maioria dos homens se sentiria envergonhada de ser apanhada e flagrada num plano de auto-aperfeiçoamento. Muitos ficariam constrangidos se tivessem que confessar que almejam e se esforçam por uma vida mais pura, mais limpa, mais fraternal; que sentem falta do alimento espiritual ou da prática da caridade.
Entretanto, toda a luta do homem consiste em estar mais consciente de sua natureza, origem e propósito na vida, de ser capaz de perceber sua unidade com o perfeito e o eterno. A luta do homem é em torno de uma mente desordenada que se fez vaidosa e egoísta, que se concentra na matéria como única realidade de vida.
Quando o homem examina a própria mente e a origem do pensamento e chega a perceber que pensador e pensamento são um só, o milagre da liberação se faz espontâneo, a roda do sofrimento para.
Só quando não percebemos que sem a mente não existe o pensador é que somos escravos do pensar e confundir-se.
O homem dormindo é aquele aprisionado nas suas próprias redes mentais, nas suas limitações autotraçadas que lhe minam o corpo e o enchem de ambição e medo.

sábado, 8 de novembro de 2014

Lições de Vida



Cada ser humano passa, ao longo de sua vida, por acontecimentos e situações que são absolutamente pessoais e intransferíveis, sejam bruscos ou graduais.
Poucos procuram ver além deles o seu significado como lição de vida. Há uma Lei Universal que tudo rege e comanda e deveríamos saber que ela é uma Lei amorosa e evolutiva, portanto, distribui para cada um aquela lição que mais aperfeiçoamento pode trazer ao indivíduo naquela hora.
Receber os acontecimentos, felizes ou dolorosos, com harmonia e buscar o seu significado, nos faz crescer muito mais do que ler livros e seguir cursos, ainda que também eles sejam úteis e desejáveis.
Temos experiências várias em situações diferentes e elas são sempre chaves para nosso autoconhecimento e formação. Muitas vezes mudamos até o rumo de nossa vida depois de um acontecimento marcante.
A maneira pela qual reagimos aos fatos e situações traz para nós uma abertura de consciência ou uma estagnação e regressão no viver. Cada circunstância pode ser uma mensagem do nível superior de vida que ainda não atingimos plenamente, portanto, é importante estarmos sempre alertas e abertos ao sentido interno de cada experiência que temos.
A nossa mente precisa estar disciplinada, harmoniosa e cheia de esperança se quisermos manter um padrão mental positivo, um impulso criativo de manifestação.
Na vida diária, no contato familiar, social e profissional é que está nossa melhor escola de crescimento e aprendizado, de polimento e harmonização.  Estão geralmente aí as chaves evolutivas de nosso estágio no planeta Terra.
Os trabalhos a fazer são vários, desde o aperfeiçoamento do caráter, à capacidade de compreensão e de perdão até à purificação dos pensamentos e o aquietamento mental para que fluam as luzes e a energia da alma. Viemos de uma fonte limpa, de um sopro cósmico de Deus e precisamos regressar a Ele enriquecidos pelo desenvolvimento dos dons que nos foram dados.
O tempo atual é de síntese, de unidade entre as filosofias orientais e ocidentais numa só forma de amor ao Pai, ao próximo e de respeito ao ritmo de suas leis em nossa vida prática.  O fluir onipresente de Deus deve ser nossa meta e nossa busca de experiência constante, pois o Cristo nos revelou essa unidade.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os Fenômenos




Há pessoas que têm dons excepcionais de vidência, clariaudiência, etc., que não conseguem ser felizes. Pelo contrário, se embaraçam na própria paranormalidade.
Talvez seja por isso que muitos instrutores espirituais nos ensinam que, na meditação, se começarmos a ter visões ou outro fenômeno, devemos pedir à Deus que nos afaste destas manifestações. Elas nos tiram da meta verdadeira que é a realização do que somos, da nossa natureza divina e do contato com o Cristo interno.
Os fenômenos audíveis, visíveis e coloridos, pertencem ao plano astral. Ao baixo ou ao alto astral, porém ao primeiro nível depois do plano físico em que vivemos. E lá como aqui, podemos nos confundir facilmente ou até desestruturamo-nos conforme o contato que fizermos.
Muita gente faz tudo para ser vidente, mas, sabe-se que a vidência no astral é, geralmente, carma difícil e doloroso. Só os níveis mais elevados e sutis podem nos trazer luz.
O importante não é ver além da matéria ou ouvir vozes, o importante é, através da purificação da mente, do caráter e da reta ação, atingir níveis mais altos de consciência e conhecimento.  É preciso trabalhar dentro das leis divinas do perdão, do amor, da cooperação, da fraternidade e do aperfeiçoamento. Só cumprindo sempre as leis divinas pode alguém atravessar, sem risco, o ilusório e denso plano astral.
Aqueles que desejam e fazem o bem a todos, especialmente aos que, carmicamente são postos ao seu lado, pelas circunstâncias da vida é que, se elevam mais e encontram a luz e os campos da paz.
O plano astral é percebido pelo plexo solar e os planos superiores, pelo centro cardíaco ou pelos acima dele.
É preciso que busquemos Deus e sua plenitude, na luz crística posta ao alcance de todos, e não, na paranormalidade confusa e difícil.
É preciso nos centrarmos naquilo que é divino em nós, da forma mais intensa e completa que pudermos. É isto que abre, para todos, os caminhos futuros da raça. E isto se faz, não apenas pela prece e a meditação, mas pelo pensamento e ação corretos, a cada dia.
Nada nos pode atingir, se não houver sido, de alguma forma, atraído por nós mesmos. Não se deve procurar fenômenos ou companheiros de fenômenos, mas se aquietar e pedir orientação e ajuda a Deus onipresente em cada um: Ele “ensinará a todos”, diz a Bíblia. Precisamos ir ao Cristo interno, diretamente e pedir-lhe proteção e guia. Em sintonia correta com a fonte, as ilusões de superfície se desfazem. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; não se contente com menos do que isto.