sexta-feira, 23 de maio de 2014

No amanhecer do homem

Silencia, por um instante, essa voz que apenas recrimina, pede e indaga,  enquanto a vida canta e se esforça por te ensinar o seu canto. Fecha teus ouvidos às máquinas e aos conceitos do mundo e do tempo; eles estão cheios de sons e imagens de sonhos materiais e desarmônicos. E, só no silêncio pleno, podes ouvir o cósmico poema sideral, a música das esferas, a grande mensagem que te é passada a cada dia e que deixas perdida no éter.
A grande vida está aí, cheia de revelações; está aí a paz que transcende toda racionalização, a realidade que transpõe teu finito intelecto, tua humana necessidade de te afirmares, para mostrar-te que és uma parte luminosa do Todo Universal. Se emites sombras, como poderá ser claro o teu mundo?         
Entretanto, está aí a fonte que jorra a água eterna, a faixa de luz do espírito que já se reconheceu como espírito, e espalha sua claridade, generosamente, por todos os quadrantes. Ensina à tua mão o gesto de benção (há quanto tempo não abençoas?). Cria para ti a amplitude da dança, desenhando, no espaço, o ritmo das correntes vivas de onde emanam o poder e a beleza que, um dia, a matéria aprisionou e racionalizou.
Limpa tua mente e aquieta-te para que o silêncio comece em ti a liberação verdadeira.
Guarda o protesto, a ironia, o julgamento apressado e sem fundamento e contempla a luz que é dada, gratuitamente, para que teu caminho seja amenizado. E, se algum espinho te ferir, aí também estará o aprendizado indispensável à realização, toma-o como lição.

Os guardiões atentos estão nos reinos e sub-reinos de tua conquista, nos portais ainda não explorados por ti. Não dorme mais que o tempo é curto e pássaros de fogo anunciam a madrugada. Não permanece ausente ou omisso, toca a Terra reverenciando o Criador. 

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