sábado, 18 de outubro de 2014

O amor ausente

ELE veio e disse: “Eu sou a Luz do mundo: amai-vos uns aos outros...”. Mais de dois mil anos se passaram e a humanidade aprendeu muito pouco de sua mensagem, do seu exemplo e do exemplo daqueles que o seguiram de perto por todos estes séculos.
       A maioria não tem feito do amor, da paz e da justiça o seu lema mas, ao contrário, o homem voltou-se cada vez mais intensa e sofisticadamente para as formas de agressão pessoal, familiar, de grupo e de nações.
       A humanidade cresceu não em fraternidade e amor, mas em desejo de domínio, em ataques e contra-ataques, em guerras e em lutas sangrentas e violentas. Esqueceu-se da compreensão, do perdão, dos caminhos da remissão e da salvação para planejar sequestros, assaltos, invasões, rebeliões de toda ordem.
       O mundo de hoje pensa menos em aplacar a fome dos famintos, em educar os analfabetos, em socorrer os miseráveis e doentes do que em inventar armas e mais armas, cada vez mais terríveis e potentes, pensa em mentir, em enganar, em lesar, em roubar, em violar, etc., como se algum mal – ou algum bem – pudesse ficar encoberto para sempre, ou como se esta passagem pelo mundo da matéria fosse a única meta do homem, a única vida que lhe fosse dada.  
       Depois de mais de 2 mil anos, a humanidade ainda não se sente irmã, não se vê como unidade,não percebe que o que fazemos hoje retorna a nós algum dia, não comunga em amor,não ama o próximo, sua família, sua cidade, seu país com aquele amor de unidade e fraternidade.
       Os dirigentes das maiores nações não encontraram ainda o modelo do homem integral para sustentá-las e defendê-las, dentro de leis inspiradas pela sabedoria de todos os tempos e permanecem numa corrida armamentista que só pode levar à destruição total. E essa obsessão pelo ataque e a defesa, o poder e a força, cria um clima internacional de violência que contagia sempre as mentes mais fracas e menos abertas à luz universal e ao plano de sabedoria e amor de Deus, para toda a humanidade.
       Nesse clima cada vez mais denso, mais sufocante e aterrador, muitos perdem o rumo da vida eterna que vai além da fronteira da morte física e se embaraçam cada vez mais na escuridão da ignorância e no desacerto da própria paz interior.
       Os que pregam a paz, os que trazem a luz são geralmente as maiores vítimas das trevas que envolvem cada época. Foi assim no tempo de Cristo condenado e morto, foi assim com Lincoln, com Gandhi, com Kennedy, com Luther King, com Mandela e com tantos outros.
       Atualmente milhares matam, roubam, sequestram, suicidam-se, agridem, mentem, torturam, etc., porque perderam de vista o ensinamento luminoso do Cristo, daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Muitos estão esquecidos que são templo da Vida Una que quer se manifestar em todos e não apenas em alguns. Muitos, muitíssimos, ainda não se fazem terreno fértil para a semente luminosa que lhes foi dada e atolam e regridem caindo nos abismos da escuridão. Que se murem as portas do ódio e do mal. 
       Os bons exemplos precisam partir dos maiores, dos mais poderosos, dos detentores de toda sorte de poder e força, para que o mundo amadureça em amor, paz e alegria permanentes; para que a aura do nosso mundo manifeste mais luz e dissolva as trevas dos violentos.

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